Fita
o Mestre, da cruz, a multidão fremente,
A
negra multidão de seres que ainda ama.
Sobre
tudo se estende o raio dessa chama,
Que
lhe mana da luz do olhar clarividente.
Gritos
e altercações! Jesus, amargamente,
Contempla
a vastidão celeste que o reclama;
Sob
os gládios da dor aspérrima, derrama
As
lágrimas de fel do pranto mais ardente.
Soluça
no silêncio. Alma doce e submissa,
E em
vez de suplicar a Deus para a injustiça
O
fogo destruidor em tormentos que arrasem,
Lança
os marcos da luz na noite primitiva,
E
clama para os Céus em prece compassiva:
“–
Perdoai-lhes, meu Pai, não sabem o que fazem!.. .“
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Livro:
Parnaso de Além-Túmulo
Médium:
Francisco Cândido Xavier
Autor
Espiritual: Espíritos Diversos
Ano:
1932